Não sou viciada! Nunca usei drogas, nem pretendo. Não fumo, bebo, ou uso qualquer outro tipo de tóxico! Mas assumo, sou uma dependente das pessoas que conheço e gosto.
E o ruim de morar só, não é a solidão dessas ditas pessoas importantes. O duro de morar só é não saber o que fazer em situação de código de risco e segurança máxima, ou melhor, é saber que você e mais ninguém vai ter que fazer algo diante de situações código de risco e segurança máxima.
Explico. Situações códigos de risco e segurança máxima são aquelas benditas coisas que sempre acreditamos que só acontecem com a gente mesmo. Por algum motivo misterioso e divino.
E algumas dessas situações aconteceram comigo aqui, sem ninguém para me socorrer.
Causo Um:
Um banho é sempre uma coisa boa, principalmente depois de um dia cansativo. Pois é, engano o meu quando cheguei ao meu MINUSCULO banheiro no segundo andar e dei de cara com uma perereca enorme! “Como aquilo tinha vindo parar ali?! Era o segundo andar! Pelo o que eu saiba pererecas não praticam alpinismo!” Mas, o duro não é a questão: sapo. Ate que não tenho muito nojo, desde que esteja com uma vassoura-espada ou um rodo-espada na mão. Mas enfim, estava como tinha vindo a terra. Olhei para ela e vi. Era uma daquelas enormes e intensamente verdes com manchinhas amarelas. Detalhe, meu professor da quinta serie, e algumas revistas que li dizem que esse tipo de perereca mata um ser humano, pois espira veneno!
“Meus Deus! Tinha vindo de Ji-Paraná para morrer envenenada por uma pererequinha!”. Estava decidida a abandonar navio. Olhei aquele mostro de cores vivas, puxei a toalha me enrolei e consegui sair ilesa do banheiro. E agora? Eu tinha que fazer algo! Matar aquele bicho, afinal ela invadia meus domínios! Peguei minha espada-rodo, parei diante da porta do banheiro, e travei, não consegui entrar. Gritei, mas ao contrario do que acontecia lá em casa, meu super-irmão não estava por perto para ir me salvar do mostro. E agora? Desci ao apartamento do meu vizinho-cavaleiro de armadura, e pedi socorro. Ele com sua luva –sacola plástica do Supermercado- encarou a fera, segurou firme nela e tacou o monstro para a grande e imensa selva.
Causo dois:
Adoro insetos!Desde que eles fiquem lá no canto deles bem longe da minha pessoa. Mas as coisas acontecem, e praticamente, quase sempre como não queríamos ou planejamos. Um dia lavando louça vi uma barata. Também não tenho medo delas, tenho sim muito nojo. Enfim, era uma. O que uma baratinha podia de fazer de mau pra mim? Eu, é que iria fazer mal a ela, pois já estava com o chinelo esmigalhando seu corpo em dois e varrendo para fora. Mas a vida essa sim é uma caixinha de surpresas! A barata que tinha matado ferozmente era uma grande líder política de movimento sindical no mundo das baratas, pois, a quantidade de baratas que achei depois em casa era assustadora, ao matar a sétima delas, comecei a me apavorar. Detalhe, na época meu apartamento não tinha moveis. “E se aqueles monstros entrassem no meu quarto e dominassem minhas roupas na mala, meu colchão no chão. E agora quem poderia me socorrer?” Sim, ele mesmo o melhor inseticida da prateleira do mercado. Fiquei horas lendo qual seria o mais venenoso para acabar com aquelas baratas. Enfim, com a arma sobre meu poder, cheguei em casa, passei pela pia e olhei elas lá sentindo-se donas do pedaço. Coitadas, mal sabiam do baratocídio que estava disposta a cometer. Mas, antes tinha que achar no meu eu interior uma força de mil leões para lutar contra aquelas baratas. Olhei meu rosto no espelho, encarei, respirei fundo, sai, fechei todas as possiveis saidas, abri o armário debaixo da pia, sabia exatamente aonde tinha que atacar. E ataquei, borrifei muito veneno, na cozinha inteira. Fui para o meu quarto ficar lá a postos caso alguma passasse debaixo da porta e também porque não poderia vê-las de um canto para outro agoniando e morrendo aos poucos e se alguma subisse em mim? Ecaaa! No meio da noite saio, olho, estão varias com os corpos parados no chão da minha cozinha, algumas ainda balançam partes das pernas na vã esperança. Aquilo parecia um cemitério. Limpei tudo, e pensei pronto passei por esta.
Causo três, a batalha sangrenta:
O nascer do dia é algo dignificante, mesmo quando não queremos acordar e temos que levantar cedo para ir a um estagio que você tenta sair desde o ano passado. A refeição mais importante é o café da manhã.
Inicio do mês ganhei um armário de cozinha, então soquei todas as minha louças que não são muitas mas por incrível que pareça lotaram aquele armário de boneca. Estava eu, lá, “super animada”, afinal, como não ficar animada quando se tem um artigo para terminar um trabalho para refazer que será apresentado na noite, e ainda tem que ir ao estagio, enquanto, todos os seres não-ufaquianos estavam de férias de fim de ano. Então, estava eu, lá, procurando minha leiteira. Quando me viro para a pia e vejo:
“Ah, não acredito, que meu lixo deu bichinhos NOJENTOS! Mas só tem uma caixa de pizza vazia...Vamos tacar esse lixo fora antes que empestei minha casa com essas coisinhas nojentas! Ah!”
Tarde de mais, ao tirar o lixo descobri muitos, e muitos. Decidi, tiro essa coisas, varro me ajeito e chego um pouco atrasada, mas chego no bendito estagio.
Grande ilusão era a minha, conforme ia limpando apareciam mais e mais. Teve momentos que desejei muito alguém perto de mim, tipo meu pai ou minha mãe. A cada bichinho que matava meu corpo estremecia, arrepiava de tanto nojo. E eram muitos! Foi uma manhã difícil. Achei que não fosse agüentar, mas toda hora que pensava em parar e chorar –como se fosse resolver algo- pensava:
Larga de ser inútil, Emanuelly, você tem tudo e ta limpando isso. E tem gente que vai comer lixo, que ta cheio disso.
É...depois dessa re-avaliei minha dependência nas pessoas e acho que tenho que amplia-la para quem realmente precisa de ajuda.
E o ruim de morar só, não é a solidão dessas ditas pessoas importantes. O duro de morar só é não saber o que fazer em situação de código de risco e segurança máxima, ou melhor, é saber que você e mais ninguém vai ter que fazer algo diante de situações código de risco e segurança máxima.
Explico. Situações códigos de risco e segurança máxima são aquelas benditas coisas que sempre acreditamos que só acontecem com a gente mesmo. Por algum motivo misterioso e divino.
E algumas dessas situações aconteceram comigo aqui, sem ninguém para me socorrer.
Causo Um:
Um banho é sempre uma coisa boa, principalmente depois de um dia cansativo. Pois é, engano o meu quando cheguei ao meu MINUSCULO banheiro no segundo andar e dei de cara com uma perereca enorme! “Como aquilo tinha vindo parar ali?! Era o segundo andar! Pelo o que eu saiba pererecas não praticam alpinismo!” Mas, o duro não é a questão: sapo. Ate que não tenho muito nojo, desde que esteja com uma vassoura-espada ou um rodo-espada na mão. Mas enfim, estava como tinha vindo a terra. Olhei para ela e vi. Era uma daquelas enormes e intensamente verdes com manchinhas amarelas. Detalhe, meu professor da quinta serie, e algumas revistas que li dizem que esse tipo de perereca mata um ser humano, pois espira veneno!
“Meus Deus! Tinha vindo de Ji-Paraná para morrer envenenada por uma pererequinha!”. Estava decidida a abandonar navio. Olhei aquele mostro de cores vivas, puxei a toalha me enrolei e consegui sair ilesa do banheiro. E agora? Eu tinha que fazer algo! Matar aquele bicho, afinal ela invadia meus domínios! Peguei minha espada-rodo, parei diante da porta do banheiro, e travei, não consegui entrar. Gritei, mas ao contrario do que acontecia lá em casa, meu super-irmão não estava por perto para ir me salvar do mostro. E agora? Desci ao apartamento do meu vizinho-cavaleiro de armadura, e pedi socorro. Ele com sua luva –sacola plástica do Supermercado- encarou a fera, segurou firme nela e tacou o monstro para a grande e imensa selva.
Causo dois:
Adoro insetos!Desde que eles fiquem lá no canto deles bem longe da minha pessoa. Mas as coisas acontecem, e praticamente, quase sempre como não queríamos ou planejamos. Um dia lavando louça vi uma barata. Também não tenho medo delas, tenho sim muito nojo. Enfim, era uma. O que uma baratinha podia de fazer de mau pra mim? Eu, é que iria fazer mal a ela, pois já estava com o chinelo esmigalhando seu corpo em dois e varrendo para fora. Mas a vida essa sim é uma caixinha de surpresas! A barata que tinha matado ferozmente era uma grande líder política de movimento sindical no mundo das baratas, pois, a quantidade de baratas que achei depois em casa era assustadora, ao matar a sétima delas, comecei a me apavorar. Detalhe, na época meu apartamento não tinha moveis. “E se aqueles monstros entrassem no meu quarto e dominassem minhas roupas na mala, meu colchão no chão. E agora quem poderia me socorrer?” Sim, ele mesmo o melhor inseticida da prateleira do mercado. Fiquei horas lendo qual seria o mais venenoso para acabar com aquelas baratas. Enfim, com a arma sobre meu poder, cheguei em casa, passei pela pia e olhei elas lá sentindo-se donas do pedaço. Coitadas, mal sabiam do baratocídio que estava disposta a cometer. Mas, antes tinha que achar no meu eu interior uma força de mil leões para lutar contra aquelas baratas. Olhei meu rosto no espelho, encarei, respirei fundo, sai, fechei todas as possiveis saidas, abri o armário debaixo da pia, sabia exatamente aonde tinha que atacar. E ataquei, borrifei muito veneno, na cozinha inteira. Fui para o meu quarto ficar lá a postos caso alguma passasse debaixo da porta e também porque não poderia vê-las de um canto para outro agoniando e morrendo aos poucos e se alguma subisse em mim? Ecaaa! No meio da noite saio, olho, estão varias com os corpos parados no chão da minha cozinha, algumas ainda balançam partes das pernas na vã esperança. Aquilo parecia um cemitério. Limpei tudo, e pensei pronto passei por esta.
Causo três, a batalha sangrenta:
O nascer do dia é algo dignificante, mesmo quando não queremos acordar e temos que levantar cedo para ir a um estagio que você tenta sair desde o ano passado. A refeição mais importante é o café da manhã.
Inicio do mês ganhei um armário de cozinha, então soquei todas as minha louças que não são muitas mas por incrível que pareça lotaram aquele armário de boneca. Estava eu, lá, “super animada”, afinal, como não ficar animada quando se tem um artigo para terminar um trabalho para refazer que será apresentado na noite, e ainda tem que ir ao estagio, enquanto, todos os seres não-ufaquianos estavam de férias de fim de ano. Então, estava eu, lá, procurando minha leiteira. Quando me viro para a pia e vejo:
“Ah, não acredito, que meu lixo deu bichinhos NOJENTOS! Mas só tem uma caixa de pizza vazia...Vamos tacar esse lixo fora antes que empestei minha casa com essas coisinhas nojentas! Ah!”
Tarde de mais, ao tirar o lixo descobri muitos, e muitos. Decidi, tiro essa coisas, varro me ajeito e chego um pouco atrasada, mas chego no bendito estagio.
Grande ilusão era a minha, conforme ia limpando apareciam mais e mais. Teve momentos que desejei muito alguém perto de mim, tipo meu pai ou minha mãe. A cada bichinho que matava meu corpo estremecia, arrepiava de tanto nojo. E eram muitos! Foi uma manhã difícil. Achei que não fosse agüentar, mas toda hora que pensava em parar e chorar –como se fosse resolver algo- pensava:
Larga de ser inútil, Emanuelly, você tem tudo e ta limpando isso. E tem gente que vai comer lixo, que ta cheio disso.
É...depois dessa re-avaliei minha dependência nas pessoas e acho que tenho que amplia-la para quem realmente precisa de ajuda.